As palavras no Amor

Quando a dor
resiste e persiste
é viavel
(pois a pegada da tristeza
é rastro profundo
numa trilha de lagrimas)
chorar letras
gritar versos em desalento
fazer poemas de sangue
e muito suor
.
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No apice da alegria
de um amor verdadeiro e incondicional
quando Ele existe
é improvavel
(seu passo é lento
suave e detalhado
quase não deixa rastro
se não tiveres atento)
defini-lo em plavras
todas as rimas
(ricas ou pobres)
tornam-o sem exatidão:
Qual a precisão de uma palavra
para explicar o olhar
de um flor pequenina
que pausa a tristeza da depressão?
Qual palavra decifra
o poder de um riso
puro e sincero
de braços abertos ao chegar em casa?
Quantas letras juntas
refletem a preocupação
com um choro
sem clara explicação?
Qual o dicionario que portam
as palavras capazes
de explicar o amor incondicional,
da alegria indistinta
na cumplicidade infinita
das dores, ao nascer o primeiro dente,
da curiosidade reclamada ao mastigar tudo pela frente,
dos, incertos e imprecisos, ensaios de passos,
das danças em qualquer batuque,
do balbuciar os primeiros reclames
as primeiras silabas, mesmo que intraduziveis aos ouvidos
e tão percebidas pelo coração...?
Qual palavra no dicionário
traduz
ou ao menos tenta explicar
o sentimento de ouvir papá
ou ser reconhecido pela voz, mesmo que ao telefone?
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Não conheço,
mas Aurelio se você por
as palavras no Amor
e diminui-lo em páginas
fracionarias
direi que não conheces o que fala,
ou melhor, não o sente,
pois não se tece teia significativa
sem reduzir o sentido
do infinito
nesse Universo tão indefinido

Melisma de Ant(^)onio

Não há erro,
nem acerto.
Você me acentua,
talvez eu mereça acento.
Talvez precise de um teto,
para não viver nas estrelas.

Talvez precise de uma âncora...
...um circo, um flexo...
Um reflexo
de algo
que não sei quem sou,
Já que sou,
também,
o que os outros vêm.

Sou só isso.
Mas isso,
são tantos...
Mas sou só.

Ode à Dama da Noite


Quando beijas minha pele,
Oh musa de meu espírito livre!
Entro em nirvana, cachoeira de gozo,
Ejaculo palavras em frenesi esquizofrênico.
Uivando a ti versos astrais.

Minha morada é a mente

Apartamento 1307
Condomínio Residencial do Devir,
Rua Srª Serpente do Paraíso de Pecado do Autoconhecimento,
Bairro Atenas.
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Para me visitar,
Pegue um eletrotáxi da rádio neuronal.
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Te deixará no epicentro,
Cumeeira da gasosa residência.
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Não demore.
Poderá aperceber-se da fluidez da matéria
E liquidificar-se em existência.
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P.S.: CUIDADO, dói.
Dói chegar ao lampejo do seu lar.